Sozinho, sentado no banco da praça
Apreciava o Sol ou apenas via o tempo passar...
Sentei ao seu lado, estava vago.
Rimos muito naquele dia
Das moças sofridas, dos sonhos azuis, dos velhos nos bancos
Rimos dos jovens do mundo, do tempo querido, da vida perdida
E partimos do sonho a nossa realidade
Dividimos passeios, crises e medos
Dividimos segredos, pesadelos, vontades
Apartamento apertado, salário muito mal pago
Mas seguíamos rindo dos sonhos, dos velhos, das moças
Lutamos em mundo cruel
Vivemos a base de fel e mel
Queríamos alcançar o planeta mas não do jeito legal
Pensamos em pular de um precipício juntos
Mas daí pulamos uma ponte.
Era bem mais seguro
Você sempre segurava minha mão no momento da queda
Pra fingir que não tinha medo de não conseguir voltar.
Me lembro do dia em que te perdi
Sentei sozinha na praça
Implorando para que você voltasse para rir comigo
Das moças, dos velhos, dos sonhos...
Mas daquela vez você mergulhara profundo demais
E seu sorriso ainda me causa arrepios
E sinto saudade de rir
Das moças, dos velhos, dos sonhos...
E, as vezes, volto a velha ponte sozinha
Mergulho tentando te encontrar
Porque eu sei que lá do outro lado
Você vai me esperar
Para rirmos dos jovens, da morte e vida....
Por: Gabriela Paiva
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