Apenas um Garoto de Bill Konigsberg

Título: Apenas Um Garoto
Autor: Bill Konigsberg
Editora: Arqueiro
Ano: 2016 
Páginas: 256 
Skoob: Adicione 
Sinopse: Rafe saiu do armário aos 13 anos e nunca sofreu bullying. Mas está cansado de ser rotulado como o garoto gay, o porta-voz de uma causa.
Por isso ele decide entrar numa escola só para meninos em outro estado e manter sua orientação sexual em segredo: não com o objetivo de voltar para o armário e sim para nascer de novo, como uma folha em branco.
O plano funciona no início, e ele chega até a fazer parte do grupo dos atletas e do time de futebol. Mas as coisas se complicam quando ele percebe que está se apaixonando por um de seus novos amigos héteros.

   Eis aqui um livro com o qual tive uma relação complicada, pegue um personagem sem "magia", coloque ele num contexto legalzinho, encha de situações complicadas e teremos Apenas um Garoto! Isso pode ser ruim ou bom, um pouco disso pode depender de você...
     Rafe é um adolescente que aos 13 anos de idade se assumiu gay, e durante muitos anos esse rótulo acabou se tornando algo tão recorrente em sua vida que ele decidiu que queria mudar e recomeçar, Rafe foi para um colégio interno de garotos no Colorado, e decidiu que dessa vez não iria dizer a ninguém que é gay. Rafe fez amigos: Toby e Albie seus colegas estranhos mas muito companheiros e Ben, seu amigo perfeito por quem ele acaba se apaixonando e colocando em jogo todo o plano de "não dizer que é gay".
   Apenas um Garoto é o primeiro romance LGBT lançado pela Editora Arqueiro e grande aposta deles. Rafe é um personagem egoísta, pensa apenas em si antes de qualquer outro que ele diz gostar, age de modo impulsivo sem medir as consequências de suas escolhas; Ben é o cara perfeito – ou quase perfeito, que sempre age da maneira esperada e perfeita, como se tudo fosse lindo e mágico, como se fosse um ser humano sem falhas e sem erros...

“Para mim, o armário é quando alguém não vai assumir que é gay de jeito nenhum. Eu já assumi. Só que agora estou meio que dando um tempo.”

    O livro me deu uma certa irritação, a leitura fluí muito bem a edição da Arqueiro é linda e muito bem feita, porém a história deixou bastante a desejar porque além de não me conectar com Rafe senti que o autor não deixou os outros personagens fluírem como deveriam, pareciam que todos ao redor eram ajudantes da complicada e confusa história de Rafe, e tudo piorou um pouco quando ele e Ben ficaram mais próximos, alguns personagens “sumiam” e só apareciam quando Rafe supostamente precisava de algo – o que normalmente era desabafar. Ben se tornou o único núcleo real na vida de Rafe como se tudo se resumisse a ele e a essa relação de amizade que ambos estavam construindo, e o senhor perfeição é tão perfeito que parece uma máquina feita a mão e sinceramente ele só me pareceu pessoa mesmo no final do livro...
    Realmente parece que apenas odiei o livro e ele só tem pontos negativos, mas NÃO ele tem seus pontos positivos, e o principal deles é Claire, sim caros leitores, um dos pontos positivos do livro é uma personagem – e ela sim é o que podemos dizer que dentro daquele contexto é a perfeição haha. Claire é companheira, amiga, sincera e cheia de personalidade (se é que podemos dizer assim, porque afinal de contas o que é ser cheia de personalidade não é mesmo?) e bem construída dentro da história, de um jeito que faltou aos outros (incluindo Ben). Os pais de Rafe também são uma graça a parte, sempre o aceitaram e o apoiaram quando se assumiu gay e não deixaram de apoiar quando o garoto decidiu “dar um tempo”.

“Então talvez ser gay assumido não seja uma maldição, e sim algo desgastante. Sempre pensamos no que as pessoas estão vendo e nos sentimos isolados de grande parte do mundo.”
   
     Apenas um Garoto é um livro complicado, uma relação de amor e raiva, poucos sabem o peso desse rótulo em especifico mas alguns sabem o peso de outros rótulos, não julgarei Rafe por querer se ver livre daquilo que de certa forma ditou sua vida por algum tempo, mas confesso que escrever dessa forma pode trazer impressões ruins aos leitores, eu vi nesse livro um garoto que poderia estar se iludindo achando se livrar de um rotulo e na realidade estar voltando ao ponto de partida que muitos ainda nem conseguiram dar por falta de opções que Rafe tinha a seu dispor – como pais receptivos, amorosos e amigos compreensivos e companheiros. Mas como disse um querido colega que também leu essa obra, o livro trata de autoconhecimento, e ouso dizer que pode se tratar também da busca pela identidade, e é complicado agradar quando se escreve sobre pessoas, mas pra mim apesar dessas duas visões que temos ao ler a obra ainda assim faltou algo a mais nessa história.
Nota:

7 comentários:

  1. Olá
    É interessante como a sinopse engana né?
    Lendo sua resenha me deu vontade de saber de o porquê que a história te irritou tanto rs
    Bjs

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  2. Oii!
    A capa desse livro é linda, mas nunca tinha lido nem mesmo a sinopse dele. Também nunca tinha visto nada do tipo, uma pessoa que depois de se assumir resolve esconder o que realmente sente. Em geral os gays lutam para se assumir e conseguir viver de boa com o preconceito, né? Bom seria se na vida real eles pudessem viver tranquilos como aparentemente o protagonista conseguia antes de ter essa ideia.
    Não sabia que esse era o primeiro livro com temática LGBT da editora :O bacana eles estarem investindo nisso.
    Uma pena que os outros personagens não sejam tão bem construídos e que só apareçam na hora de ser um ombro amigo para Rafe. Acho que no momento não leria o livro, não.

    Beijos,
    Kemmy|Duas leitoras

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  3. Oi Paac,
    É ótimo ver que uma editora tradicional como a Arqueiro está abrindo espaço para publicações de livros com personagens e histórias LGBT. Pelos aspectos negativos que você apontou na resenha, prefiro não arriscar a leitura, pois eles acabaram me desanimando.
    Beijos
    Blog Relicário de Papel
    www.relicariodepapel.wordpress.com

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  4. Oii Paac
    te entendo quando realçamos mais os pontos negativos de uma obra na resenha, mas que não quer dizer precisamente que não gostamos do livro. Faço isso às vezes. Quero ler esse livro quando possível. E se os personagens são bons já melhora muito.
    Bjus

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  5. Oi, paac, que pena que esse livro não te atraiu tanto. Confesso que tenho estado em dúvida a respeito se quero ou não ler, porque vi críticas como a sua e vi gente dizendo que amou, então bate aquela dúvida, mas me parece que por o personagem ser tão novo essas características de ele ser um pouquinho egoísta e tudo girar em torno dele são típicas da idade, e que pena que o personagem Ben é perfeitinho demais, isso nunca é bacana. Mas que bom que a editora está começando trazer os romances LGBT, que venham mais e melhores.

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  6. Oie
    eu li o livro e gostei bastante apesar de ter achado algumas partes bem massantes, muito legal também como o autor nao focou no bullying dessa vez e sim em outras questões da homossexualidade, muito legal sua resenha

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  7. Oie
    Os rótulos sempre perseguiram a sociedade, mas de fato entendo por cima o porquê que ele fez o que fez. Bullying é um tema muito sério, e acredito que seria uma leitura válida. As vezes não entendemos o motivo que leva alguém a praticar aquilo, mas somos movidos pelas escolhas a partir das situações mais tensas.
    Beijos

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