Título: Frankenstein
ou o Prometeu moderno
Autora: Mary Shelley
Editora: Penguin
companhia
Ano: 2015*
Páginas: 423
Skoob: Adicione
Sinopse: A nefasta experiência que levou o monstro a existência, sempre foi mais valorizada do que seu criador. Tido como um louco despido de valores, o nobre Lorde Victor Frankstein era um visionário, muito distante da alcunha que lhe foi concedida.Mary Shelley queria provar um homem bom, que amava a vida mais do que qualquer coisa. Como todo amante cego, o doutor sucumbiu. Em seus devaneios sobre a ressureição e imortalidade, procurou entender a vida, mas sendo amigo próximo da morte. A amizade se torna amor, o amor obsessão. E a obsessão um vício, que acabou lhe custando a sanidade.
Um ponto interessante para
ressalvar antes do início da resenha, é a concepção de halloween. O halloween é
muito mais do que uma festa, é um dia único no ano em que os participantes
desistem deles mesmos. Apesar de o carnaval ter seu glamour, é no halloween que
nossos anseios se concretizam. Super-heróis, bruxas poderosas, monstros.
O
que é o medo? É a reação humana diante de uma situação desconhecida, mas nem
por isso ruim. O maior medo do nosso protagonista é a ignorância, e para
evita-lo ele se dedica a saber o máximo. Entretanto de que adianta conhecer
todo o mundo, se não conhecemos a nós mesmos?
Diferente do que a maioria das pessoas pensam, o nome da obra não
se refere ao ser, e sim ao criador. O livro nos conta a história do doutor Vitor Frankenstein, que é descendente
de um nobre suíço e estudante autodidata. Com uma mente fenomenal para as áreas
de ciências naturais, Vitor se fixa na disciplina de química para um estudar
aprofundado. Por sua habilidade, os pais estimaram sua personalidade. Decidiram
manda-lo para uma faculdade na Alemanha, para que tivesse um diploma e
influência. Seus mestres apaixonados, viram potencial no jovem estudante,
exceto por um problema: Frankenstein era
muito decidido, e apaixonado pela obsoleta alquimia. Mesmo a contragosto de
seus mestres, Vitor continuou se dedicando a alquimia sem deixar que suas notas
fossem afetadas. Seu propósito era encontrar a vertente da vida eterna, o que
após muito tempo aconteceu.
Pode parecer fácil julgar Vitor. “Um louco que se volta a necromancia”, “um renegado”, “lunático
exagerado”, tudo isso pode vir à tona durante a leitura. Que tal se
permitir então o raciocínio? Um jovem sozinho, que sempre aprendeu a estudar
muito para ser valorizado. Parece uma realidade fácil de conviver, mas aí que o
leitor se engana. Se uma criança tem tudo que quer, ela vai crescer e se
habituar a querer ter tudo. A diferença para Vitor é que seu esforço pode ser
usado a seu favor. Frankenstein acreditava que o estudo era imprescindível,
então ele estudava. Mas em sua mente tudo que se consegue com estudo é
legítimo. E isso não é bem verdade. Não
é porque sei como aplicar golpes e estrangular, que posso utiliza-los em toda
pessoa que eu julgar suspeita. É preciso senso e discernimento, que claramente
o doutor não possuía.
O resto da história já caiu no gosto popular. O monstro ganha
vida, aterroriza pessoas e sucumbe. Mas poucos realmente entendem como é nascer
sem amor e propósito. E ainda menos pessoas procuram entender como é difícil
para um ser humano se encontrar na posição de criador da vida, sendo apenas
mais um mortal.
Mary Shelley permite uma revisão interna a nós mesmos, e uma boa ideia de onde
procurar nossos monstros. Com sua acidez de escritora jovem, apenas dezoito
anos, temos presente uma ideia duvidosa sobre a narrativa de Vitor, que dá a
entender a omissão de momentos importantes.
Leiam, reflitam e tentem não se assustar. Pois o crepitar do raio
e a carne é todo o necessário para que o Doutor faça nascer vida.
OBS: *A autora escreveu o livro primeiramente para uma competição, mas
fez severas revisões posteriores. A edição mais utilizada, e a qual resenhei, é
a terceira datada de 1831.
Nota:
Oi David,
ResponderExcluirNunca os clássicos do Terror, mas tenho muita vontade de ler Frankenstein, Drácula, O Retrato de Dorian Grey, entre outros.
Valeu pela resenha. Muito boa.
Abracos,
André, do Garotos Perdidos
www.garotosperdidos.com
Oi, David!
ResponderExcluirConcordo plenamente com sua resenha: Frankenstein está longe de ser um enredo sobre monstros e sim sobre a psique do ser humano e as relações interpessoais problemáticas. Certamente, é por esse motivo que essa obra figura entre os maiores clássicos já escritos.
Beijos!
Gatita&Cia.
Legal sua resenha mas não faz meu gênero, enrao deixarei passar a dica.
ResponderExcluirBeijos.
David, que resenha é essa, homem? Já quero ler o livro ahahha
ResponderExcluirNa verdade eu já queria ler, mas depois dessa resenha, a curiosidade aumentou ainda mais. Fiquei grudada nas palavras. Adorei sua análise e concordo com muito do que você falou.
Com certeza vou dar um jeito agora de adicionar esse livro no meio da pilha de leituras e vou lembrar da sua resenha :)
beijooos
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirInteressante, sempre lemos o livro que fala da criação e raramente do criador. Achei muito boa a historia dessa vez ser direcionada para o Doutor Frankestein, aliás pelo que deu pra perceber, ele não aceitava uma derrota, uma negativa, era perseverante e muito capacitado. Adorei sua resenha!
abs
Ni
Cia do Leitor
Olá,
ResponderExcluirAchei a premissa bem interessante e a capa chama muito a atenção.
Embora não seja o meu gênero favorito de leitura, anotei a dica pois quero muito conferir como a autora conseguiu discorrer todo o enredo e ainda levantar a questão da existência sem amor ou um propósito!
Adorei a resenha.
http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/
Hey!
ResponderExcluirQue resenha maravilhosa! Sua avaliação sobre a obra é muito detalhada e bem descrita. Mas, sou bastante medrosa, por esse motivo, esse é um tema e gênero que me foge a vontade de ler. Realmente, vale a reflexão!
Mil beijokas :* entreumlivroe-outro.blogspot.com
Oie
ResponderExcluirmuito legal sua resenha, que bom que curtiu a leitura apesar dos pesares pois parece realmente muito boa, é uma das que pretendo ler bem mais pra frente
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Olá, David! Esse livro foge totalmente de tudo que leio e gosto de ler. No entanto, quero te parabenizar pela resenha maravilhosa! Você consegue fazer com que uma leitura distante dos nossos hábitos pareça bem comum. Parabéns!
ResponderExcluirBeijos,
Yohana Sanfer
http://www.papelpalavracoracao.com.br/
Bem legal esse livro, ele foca mais em Victor e sua personalidade excêntrica, ainda não conhecia esse livro, uma boa oportunidade para ter uma outra visão da obra clássica. Bjs
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