A Desconhecida de Mary Kubica

Título: A Desconhecida

Autor: Mary Kubica

Editora: Planeta do Brasil

Páginas: 352

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Sinopse: Mais um instigante thriller psicológico da mesma autora de A Garota Perfeita, best-seller do The New York Times Todos os dias, a humanitária Heidi pega o trem suspenso de Chicago e se dirige ao trabalho, uma ONG que atende refugiados e pessoas com dificuldades. Em uma dessas viagens diárias ela se compadece de uma adolescente, que vive zanzando pelas estações com um bebê. É fato que as duas vivem nas ruas e estão sofrendo com a fome, a umidade e o frio intenso que castigam Chicago. Num ímpeto, Heidi resolve acolher Willow, a garota, e Ruby, a criança, em sua casa, provocando incômodo em seu marido e sua filha pré-adolescente. Arredia e taciturna, Willow não se abre e parece esconder algo sério ou estar fugindo de alguém. Mas Heidi segue alheia ao perigo de abrigar uma total estranha em casa. Porém Chris, seu marido, e Zoe, sua filha, têm plena convicção de que Willow é um foco de problemas e se mantêm alertas. Em um crescente de tensão, capítulo após capítulo a verdade é revelada e o leitor irá descobrir quem tem razão.

   Eis aqui uma leitura que me surpreendeu em muitos pontos, que me fez ficar ansiosa a cada página e louca pra chegar ao final e descobrir o que houve.

“ Mami costumava dizer: Nós não temos muito, mas pelo menos temos uns aos outros. “

   Willow é uma adolescente de 15 anos que perambula sozinha pela cidade com uma bebê em seu colo, Heidi é uma mulher casada que ao ver Willow se questiona sobre os motivos de uma garota tão jovem estar por aí sozinha com uma bebê, ambas em estado tão descuidado. Se compadecendo da situação Heidi leva Willow para sua casa, e acaba estabelecendo uma relação de muito afeto com a bebê, porém para seu marido Chris, essa garota estranha e retraída esconde algo.

  Essa obra foi uma leitura muito boa que fiz nesse ano, e mesmo os plots e as surpresas não tendo o mesmo impacto do primeiro livro da autora,  A Garota Perfeita,  que tive o prazer de ler ano passado, A desconhecida foi uma leitura prazerosa e bem surpreendente dentro da proposta que ele trouxe. 

  Willow é uma personagem intrigante – não mais que Heidi, mas além do que normalmente eu espero de uma garota de quinze anos, ela é forte, determinada e com toda certeza um belo exemplo de coragem, uma garota tão bem mentalmente depois de tanta situação de violência que ela passa na obra é realmente algo surpreendente, e eu gostei disso na obra. Heidi é a melhor personagem desse livro sem sombra de dúvidas, mesmo sendo mãe ela ainda sofre muito o peso da naturalização da maternidade, seu sofrimento é tão grande que no decorrer da história vamos vendo sua sanidade se esvair, e mesmo sendo algo tão doloroso eu achei interessante a forma como a autora abordou todo esse sofrimento que uma mulher pode passar com essa imposição social.

“Eles não eram más pessoas. Depois entendi isso. Mas saber disso em minha cabeça e em meu coração eram duas coisas completamente diferentes.”

   Apesar de não ser minha obra favorita da autora, eu gostei de como ela aborda algumas temáticas mais pesadas de forma que tudo vai se entrelaçando mais a cada página, a construção dos personagens e suas colocações na história é muito bem elaborada, acompanhamos de forma fluída um capítulo terminar com a perversidade de um personagem e o outro iniciar com um momento mais leve, sem quebrar o clima da leitura. O plot da obra não foi o mais surpreendente, mas essa obra é mais dolorosa e cruel.

“ Tiro a mão da boca e aperto meu peito, onde está meu coração estilhaçado, e minto. – Sim, estou bem. – Acho que mentir é tão fácil quanto emular aquele ar de serenidade que disfarça meu estado turbulento, as nuvens tempestuosas que aparecem antes da tempestade. “

   A Desconhecida aborda diversas temáticas interessantes e faz o leitor criar uma relação com os personagens, mesmo que essa relação seja de sofrimento e loucura.

Nota: