Gênero, uma perspectiva global, por Raewyn Connel


Livro: Gênero, Uma Perspectiva Global
Autor (a): Raewyn Connell
Editora: nVersos
Ano: 2015
Páginas: 336
Skoob: Adicione

Sinopse: Como podemos compreender o gênero no mundo contemporâneo? Que diferenças psicológicas existem hoje entre mulheres e homens? Como as masculinidades e feminilidades são produzidas? E qual a relação entre as questões de gênero e preocupações globalizadas como a mudança ambiental e a reestruturação econômica?
Raewyn Connell, uma das acadêmicas mais importantes do mundo nesse campo, aqui se junta com Rebecca Pearse para responder essas e outras questões. O livro oferece uma introdução acessível aos estudos modernos de gênero, cobrindo pesquisas empíricas de todas as partes do mundo, além de teoria e política. Assim como introduz o campo, as autoras fornecem um poderoso arcabouço contemporâneo para a análise do tema, com atenção especial forte às questões globais, destacando o caráter multidimensional das relações, as pontes entre a vida pessoal a estruturas organizacionais de larga escala, e apontam como as políticas de gênero se transformam em situações de mudança. Gênero é uma produção acadêmica engajada que se move da experiência pessoal em direção a problemas globais, oferecendo uma perspectiva única sobre as questões de gênero da atualidade.




   Gênero, uma perspectiva global (Compreendendo gênero – Da esfera pessoal à política – No mundo contemporâneo), de Raewyn Connel e Rebecca Pearse, traz uma linguagem cuidadosa e acessível para todas e todos que desejem informações variadas sobre o assunto.

   No primeiro capítulo, A Questão de Gênero, e na introdução as autoras trazem um retrato numérico das condições sociais da mulher no mundo. O conceito de gênero é esmiuçado e relacionado com o nosso cotidiano, em como a visão errônea e as falácias interferem na relação de diretos e equidade.
  "Enquanto o corpo de mulheres são elementos comuns das imagens que consumimos na internet, as mulheres têm bem menos chances de serem produtoras do conteúdo na rede. Em um questionário aplicado recentemente a seus membros, a Wikipédia descobriu que menos de 15% das pessoas que escrevem para enciclopédia on-line são mulheres. O acesso à internet também é desigual. Em 2013, a empresa multinacional de tecnologia Intel apontou que, no mundo, o número de mulheres com acesso à internet é 25% menor do que o de homens."

   Ao todo são oito capítulos mais considerações finais, que variam de exemplos de pesquisas atuais até questões ambientais, lógico que sempre relacionado a gênero. Em um desses exemplos de pesquisa, o livro traz uma abordagem peculiar, de homens que tiveram suas realidades sociais modificadas por foça do capitalismo. Como o preço do ouro no mercado era fixo, para exploração do produto, as empresas necessitavam de mãos de obra barata para realizar um trabalho perigoso no subsolo. Logo, para os empreendedores a resposta mais óbvia para seus ‘empasses’, seriam homens da África do Sul. Essa relação de exploração permanece até hoje... mas a é a definição de ‘ser homem’ que passa a surgi nessa nova realidade.
   “Ubudota é ajudar pessoas. Se os filhos de alguém não têm livros, não podem pagar as taxas escolares ou algo assim, então você deve ajudar essas crianças enquanto o pai delas não consegue. Ou então, se alguém morre, você deve ir conversar com as pessoas de lá. Ou, se alguém é pobre – não tem bois –, então você leva seus próprios bois para arar o campo dele. Isso é Ubudota, aquele que ajuda as outras pessoas. [A entrevistadora escreve:] Eu... perguntei se não havia algum tipo de ‘ser homem’ que se expressava também na força e em brigas. Mas me respondeu prontamente: “Não, isso não é ‘ser homem’. Uma pessoa assim é chamada de assassino. (1994, p. 38)”

   A importância da obra vai se desvelando em cada página, que foge de conceitos limitados. Precisamos rever a forma como pensamos sobre nossos corpos, precisamos questionar a ampla literatura nonsense que nos aponta como aberrações e cria doenças sociais.

 “No centro do senso comum sobre gênero está a ideia de uma diferença natural entre mulheres e homens. Uma indústria de psicologia pop nos diz que mulher e homens são naturalmente opostos em seus pensamentos, emoções e capacidades.”

   Dito isso, também podemos compreender mais sobre os padrões de gênero nas instituições. A manutenção dos ‘serviços certo’ para homens e mulheres é notoriamente manutenção de um sistema social que precisa ser confrontado, problematizado e modificado.

   Esse é um livro que certamente entrará para minhas releituras e base de pesquisas, e como disse acerca das obras que tenham a temática gênero que a Editora nVersos publica, eles se complementam. Se você pretende se preparar para o ENEM ou provas similares, indico esse livro. Também indico para pesquisadores, estudiosos e profissional da área. Essa foi uma das leituras mais empolgantes dos últimos três anos.







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