A Paciente Silenciosa, por Alex Michaelides


Livro: A Paciente Silenciosa
Autor (a): Alex Michaelides
Editora: Record
Ano: 2019
Páginas: 350
Skoob: Adicione

Sinopse: Um assassinato, uma verdade oculta. As raízes do silêncio são muito mais profundas do que se pode imaginar. Alicia Berenson escreve um diário para colocar suas ideias em ordem. Ele é tanto uma válvula de escape quanto uma forma de provar ao seu adorado marido que está bem. Ela não consegue suportar conviver com a ideia de que está deixando Gabriel preocupado, de que está lhe causando algum mal. Alicia Berenson tinha 33 anos quando matou seu marido com cinco tiros. E nunca mais disse uma palavra. O psicoterapeuta forense Theo Faber está convencido de que é capaz de tratar Alicia, depois de tantos outros falharem. E, se ela falar, ele será capaz de ouvir a verdade?





“ O Objetivo da terapia não é consertar o passado, mas permitir que paciente enfrente sua própria história e sinta sua dor. Alice Miller

   Sempre é difícil iniciar uma resenha quando não sei definir tudo que senti lendo a obra, eu gostei da escrita de Alex, gostei de seus personagens, me vi envolvi em seu enredo mesmo tendo minhas discordâncias sobre algumas teorias citadas e métodos mas compreendo, só ainda não sei como exatamente me senti sobre o conjunto, mas posso dizer que estive envolvida e presa ao final da obra, quando tudo finalmente faz sentido..


   Alicia Berenson uma pintora de relativa fama, conhecida por suas obras foto realistas, se torna uma figura famosa ao ser acusada de ter assassinado o próprio marido, Gabriel, a sangue frio. Entretanto após o ocorrido, Alicia para de falar e é internada em no Groove, um hospital psiquiátrico, e lá fica por algum tempo, até o dia em que Theo Faber, um terapeuta, começa a fazer parte da equipe e demonstra interesse não somente em Alicia mas em sua história.

“ Alceste morre e renasce. Literalmente volta do além. Tem alguma coisa nisso que me faz refletir.”


   No início da obra me vi intrigada sobre Theo, não somente por seu interesse incomum numa até então assassina fria, mas principalmente porque toda informação que temos de Theo ser um terapeuta/psicoterapeuta é bem incomum – estranhei um terapeuta/psicoterapeuta que aparentemente não se formou em psicologia e conseguiu ingressar e um hospital psiquiátrico sem nenhuma formação concreta da área e se dizendo de ‘’veia’’ jornalística, isso (mesmo sendo ficção) foi incomodo, além é claro dele ser o perfeito estereotipo do Psicoterapeuta com inúmeros problemas na infância que o levaram a um caminho de limitações emocionais quando adulto, limitações que são seu estopim para uma até então arrogância que o fazem deduzir que seria perfeito para ‘’curar’’ e finalmente fazer Alicia sair de seu torpor e catatonia e voltar a falar. Alicia por outro lado é uma personagem intrigante, o autor conseguiu linkar a personagem a um clássico grego, e torna-la a figura de interesse não somente de uma equipe inteira mas também do leitor que se sente vinculado a essa mulher que só sai de seu torpor nos rompante de raiva e acaba sendo a personagem mais atrativa e instigante de toda a obra e que infelizmente ao meu ver poderia ter sido melhor explorada.

   O livro instiga o leitor ao trazer em suas paginas personagens que atraem o público, a curiosidade em saber mais sobre essa tal assassina que  após seu ato cruel se reclui em pensamentos e renuncia a fala, um terapeuta que em sua vaga experiência deduz conseguir resolver o que outros tentaram por anos sem sucesso, personagens secundários pouco explorados, e com histórias rasas que poderiam agregar a construção do enredo que por si já traz uma premissa de qualidade que acaba se perdendo um pouco pela falta de fluidez da leitura, que mesmo não sendo detalhista é lenta por estar em maioria sendo narrada a partir da perspectiva de Theo que apesar de ser um bom narrador não é carismático e tão envolvente como se espera – no caso como eu esperava. Acredito que o autor entrega sua proposta de fazer uma relação com as inquietações que os leitores normalmente tem acerca dos limites e respostas da mente humana aos traumas emocionais e deixa uma abertura para que o tema os envolva no final mas poderia ter sido melhor explorado. 


“ Emoções não expressadas jamais morrem. Elas são enterradas vivas e voltarão mais tarde, mais feias. Sigmund Freud 

   A Paciente Silenciosa é uma obra convincente, com personagens envolventes e uma reviravolta simples, porém crível e surpreendente, uma para quem é aficionado pela tão misteriosa mente humana e suas reações.





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