Corpos Secos



Nome: Corpos secos | Autores: Luisa Geisler, Marcelo Ferroni, Natalia Borges Polesso e Samir Machado de Machado | Editora: Alfaguara \ Cia das letras | Ano: 2020 | Páginas: 192 | Skoob: Adicione  | 


   Engraçado iniciar uma leitura de modo despretensioso simplesmente pela curiosidade de ler uma obra nacional que falasse sobre uma situação tão semelhante a nossa realidade no momento em que escrevo essa resenha.

''mas nunca me ocorreu que o que acabaria seria a humanidade, essa praga. Era tão obvio. O planeta continua. O planeta é maravilhoso, inteligente, vai se recuperar muito bem. A gente se mata. Caralho como a gente pode ser tão podre?''

   Quatro pessoas diferentes, entre elas uma criança, quatro narradores em ambientes diferentes, perspectivas e vivências diferentes narrando uma catástrofe em comum, uma especie de doença que assolou o Brasil e transformou a população em 'corpos secos' uma espécie de zumbi surgido a partir de agrotóxicos não testados, parece familiar pra você?

   Visceral com certeza é uma das palavras que consigo pensar e usar nesse momento para descrever Corpos Secos, com quatro narradores diferentes e escrito por quatro autores diferentes a obra envolve, cativa e prende o leitor a um contexto muito familiar ao leitor brasileiro. Quem nunca viu uma propaganda do ''agro é pop'' que levante a mão. 

   E é aí que obra tem seu lado crítico e político, apostando em críticas à forma como o governo brasileiro leva a situação e utilizando de referências das brigas partidárias que são tão comuns a nossa rotina, os autores satirizam e ironizam as brigas partidárias que acabam por ser importante o que torna alguns momentos da obra cômico, não somente pela forma abordada mas principalmente por fazer o leitor se identificar.

   Corpos Secos é uma ficção nacional que aposta na diferença, a diferença  de uma obra nacional com uma epidemia com ''quê'' de zumbi e uma teoria diferente de seu surgimento, a diferença nos pontos de vistas e construção de história de cada autor e a diferença em ser adaptado não somente no brasil mas englobar questões politicas em meio ao caos, seja ele de corpos secos, seja ele do próprio ser humano.






13 comentários:

  1. Acho que é aquele tipo de obra que da até medo de ler em uma situação dessas que estamos passando. Porém a parte 'cômica' que é a briga política é tão parecida com nossa realidade que não sei se dou risada ou se choro , infelizmente os valores estão completamente invertidos e ao invés de se preocupar com o futuro da população , estão mais preocupados com o futuro da economia.. triste, porém uma realidade.

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  2. Tenho muita vontade de ler esse livro. Lembro que na escola se falava muito dele e do contexto que tinha na política. E ainda hoje ele se faz tão atual. Acho que darei até uma chance a esse livro. =)
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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  3. Bem interessante se formos fazer um paralelo do livro com a vida real hahaha é até irônico. A diferença que não temos zumbis (a nao ser pela cara do novo ministro da saúde hahahah).

    Adoro livros que fazem críticas politico-sociais.

    Küss Paac.

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  4. Oi, Letícia
    Eu nunca ouvi falar do livro mas achei a ideia em si muito interessante. Legal porque é algo muito palpável sabe? Que loucura! Vou ver se encontro no kindle.
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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  5. 'surgido a partir de agrotóxicos não testados' isso é tão real a nossa população, com ou sem agrotóxico testado, todos são venenosos, cruéis par ao o planeta e só causam destruição. Já li muitos elogios e análises sobre esse livro, tenho certeza (eu acho rsrsrs) que vou amar, excelente indicação, e resenha, Paac.

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  6. É sensacional estar presente justamente aí na obra esse lado crítico e político. Além de trazer até momentos cômicos onde o leitor é capaz de se identificar facilmente. Ainda quero ler essa ficção nacional e seu diferencial em algum momento.

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  7. Queria tanto ler esse livro e acabei perdendo a oportunidade de pegá-lo na parceira com a editora. Depois de ler vc a vontade ficou maior. Agora é esperar um pouquinho e comprá-lo para ler. Abraços.

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  8. Desde que você falou que amou essa obra já tinha me aguçados a curiosidade. Agora só aumentou. A gente fica curioso para saber como saiu o resultado de tanta gente escrevendo um romance junto, e pelo visto seu bom. Uma pena que estejamos passando por uma situação comum em nossa realidade, coisa que poderia apenas ficar na ficção.

    Abraço

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  9. Oi Letícia. Eu li algo sobre esse livro em alguma matéria de algum jornal. Esclarecedor ler sua resenha... Só não sei se teria a mesma disposição de ler nesse momento!
    Mas claro, já deixei aqui a nota mental de lê-lo mais pra frente. Fiquei curiosa em imaginar como os autores trabalharam como um todo.
    Abraços

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  10. Oie, tudo bem? Já faz um tempo que não leio nacionais mas gosto muito de conhecer novos autores, descobrir novos talentos. A literatura brasileira vem ganhando muito espaço no mercado. Um abraço, Érika =^.^=

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  11. Letícia, achei sua resenha incrível. Sou bióloga, então acompanho essa discussão sobre agrotóxicos há mais de 20 anos. Triste mesmo que a economia seja sempre mais importante, principalmente em governos da direita - só entender como uma quantidade enorme de agrotóxicos proibidos aqui foram liberados recentemente. E, além do impacto na saúde do consumidor, tem o funcionário que aplica, muitas vezes sem os equipamentos de segurança... por tudo isso fiquei bem curiosa em conhecer essa estória! Abraços.

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  12. Que bom saber que gostou dessa obra! Só fiquei ainda mais interessado em ler essa obra e saber mais da história na íntegra. Muito obrigando pela dica <3

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  13. Leticia, que incrível. Solicitei esse livro no Netgalley semana passada e agora eu preciso ler urgente. Eu não tinha uma noção completa da história e adorei sua resenha. Estou bem ansiosa.

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