Flores para algernon, por Daniel Keyes

Créditos da imagem: porre de livros


Nome: Flores para Algernon
Autor (a): Daniel Keyes
Editora: Aleph
Ano: 2018
Páginas: 288
Skoob: Adicione

Sinopse: Aos 32 anos, Charlie trabalha na padaria Donners, ganha 11 dólares por semana e tem 68 de QI. Porém, uma cirurgia revolucionária promete aumentar a sua inteligência, considerada gravemente baixa. O problema? Enxergar o mundo com outros olhos e mente pode trazer sacrifícios para a sua própria realidade. E resta saber se Charlie Gordon está disposto a fazê-los.



   Um ser humano cru, é uma folha em branco que pode ser preenchida ou já nasce com suas limitações e possibilidades encrustadas em seu biológico?  Esse foi um dos pensamentos que tive durante a leitura de Flores para Algernon, uma obra que me fez questionar não somente questões de escrita mas principalmente o caminho que tomamos ao falar de inteligência, pessoas e relações. 

   Charlie Gordon é um homem humilde, engraçado (principalmente a depender de sua perspectiva), gentil e que durante anos sofreu por ser classificado como ''burro'' e ''retardado mental''. A grande guinada de sua vida adulta é quando Charlie aceita fazer parte de um estudo que promete aumentar sua inteligência, mas será que ter o QI alto é sinônimo de inteligência, e acumulo de informações é a única forma de inteligência?

" Na minha cegueira mental, eu havia acreditado que o que me faltava estava, de alguma forma, conectado a saber ler e escrever, e tinha certeza de que, se dominasse essas habilidades, eu teria inteligência também.''

   Em sua humildade e ignorância Charlie Gordon inicialmente é um personagem que acompanhamos tão intimamente ao lermos seus relatos diários que nada mais são que os acontecimentos recentes do seu dia a dia e também seus sentimentos, nesses primeiros momentos de seus relatos é perceptível sua dificuldade na escrita 'culta' e sentimos como ele se esforça e anseia pela tão falada e endeusada inteligência, essa pequena 'coisa em sua cabeça' que vai mudar sua vida. 

" Como eles me parecem diferentes agora. E quão tolo fui de algum dia pensar que professores eram gigantes intelectuais. Eles são pessoas, e sentem medo de que o resto do mundo descubra''.

   Keyes apresenta ao leitor uma obra que não exatamente critica experimentos de aumento de Q.I mas o quanto essa endeusada inteligência pode ou não trazer felicidade, Charlie em sua plena ignorância e inocência era um ser humano alegre, sorridente, simpático e mesmo sem entender e por não entender vivia uma vida simples e digamos feliz. Entretanto sua sabedoria, aumento de Q.I e grande inteligência em um tempo tão curto não necessariamente o fazia se sentir feliz, compreendido e 'humano' o que ironicamente Charlie não tinha se percebido ser antes de saber o que realmente significava. 

   Flores para Algernon abre espaço pra debater a completude das relações, o vazio existencial que o acumulo de conhecimento traz e a falha do ideal e endeusamento por trás da ideia de que inteligência significa felicidade. 






7 comentários:

  1. Olá, tudo bem? Estou vendo falarem muito bem desse livro ultimamente, e parece ser uma leitura maravilhosa. Adorei a resenha!

    Beijos,
    Duas Livreiras

    ResponderExcluir
  2. Oi Letícia.

    A cada resenha que leio sobre este livro minha curiosa aumenta pela história. Através da sua opinião ele parece ser bem interessante. Vou adicionar na lista de desejados. Espero ter a chance de lê-lo logo. Parabéns pela resenha.

    Bjos

    ResponderExcluir
  3. Estou vendo muitas publicações sobre essa obra, mesmo não sendo meu gênero favorito fico imensamente curiosa pela leitura, adorei a resenha e de saber mais a respeito.

    ResponderExcluir
  4. Olá, tudo bem? Interessante o debate que a obra pode proporcionar. Acho que nunca tinha pensado nesse paralelo, mas questionar é algo pertinente. Já tinha lido resenhas positivos sobre o livro por ai, e junto da sua, fiquei super instigada. Adorei!
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Oi Letícia,
    ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, mas, ele é um título que quero muito ler exatamente por essa premissa maravilhosa que ele possui, minha amiga inclusive já apresentou ele no Clube do Livro aqui de minha cidade, foi assim que conheci o livro.
    Eu tinha um professor que costumava dizer que quanto mais inteligentes nós somos mais tristes ficamos e bom esse livro é basicamente a comprovação kkkkkk

    Beijos!
    Eita Já Li

    ResponderExcluir
  6. Esse é um dos livros que eu mais tenho curiosidade com a leitura e acredito que vou gostar muito dele, parece ser intenso e difícil em alguns momentos.

    ResponderExcluir
  7. Eu terminei esse livro sem acreditar, sabe? Achei de uma genialidade impressionante e amei passear entre tantos sentimentos e personalidades humanas distintas.

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário, ele fará o autor do post se sentir feliz e correspondido e mais próximo de você que leu até aqui, obrigada e lembre-se: literatura é arte que empodera e liberta! @bardaliterária.

@bardaliterária