A Longa Viagem de Prazer, por Juan José Morosoli


Nome: A Longa Viagem de Prazer 
Autor (a): Juan José Morosoli
Editora: L&PM
Ano: 2009
Páginas: 112
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Sinopse: "Viventes de um tempo morto, ou condenado a morrer, é o que poderíamos dizer dos seres morosolianos. Viventes: seres anônimos, sem outra credencial para apresentar senão a própria vida, essencialmente solitária, pois a solidão é a outra característica, o outro grande tema que ocupa a obra de Morosoli, intimamente relacionado não só com o da extinção, com o da marginalização histórica, mas também com algo muito mais especificamente uruguaio. Partindo de seus entes solitários, enraizados como plantas, de seus gaudérios sem destino, esses contos se projetam de sua base realista para um plano poético e simbólico que lhes outorga perenidade e relevância, convertendo-os numa ampla metáfora de nossos campos, nossos pueblos, nossos homens. É o deserto transferido aos homens, a solidão de nossa terra encarnando neles."



Juan José Morosoli (1899-1957) é autor Uruguaio, clássico, que apesar do grande sucesso em seu país, ocupou poucos espaços nas estantes de livros nos países vizinhos. Em seu livro A longa viagem de prazer, traduzido por Sergio Faraco, o leitor é convidado ao que de mais complexo a junção do realismo e singelo podem trazer.


 ‘A Longa Viagem de Prazer - "Viventes de um tempo morto, ou condenado a morrer, é o que poderíamos dizer dos seres morosolianos. Viventes: seres anônimos, sem outra credencial para apresentar senão a própria vida, essencialmente solitária, pois a solidão é a outra característica, o outro grande tema que ocupa a obra de Morosoli, intimamente relacionado não só com o da extinção, com o da marginalização histórica, mas também com algo muito mais especificamente uruguaio. Partindo de seus entes solitários, enraizados como plantas, de seus gaudérios sem destino, esses contos se projetam de sua base realista para um plano poético e simbólico que lhes outorga perenidade e relevância, convertendo-os numa ampla metáfora de nossos campos, nossos pueblos, nossos homens. É o deserto transferido aos homens, a solidão de nossa terra encarnando neles."

  São nove contos curtos – O burro; Um gaúcho; Dois velhos; O companheiro; Solidão; O aniversário; A longa viagem de prazer; O viúvo; A viagem até o mar –, carregados de simbologia e que explicam bem o título. Deixo aqui um pequeno resumo sobre alguns dos contos, nada substancial, para não destrinchar a essência da obra.

O burro
Umpiérrez é um homem simples, solteiro e autêntico. Sua vida é pautada no bem-viver e não em convenções sociais. Nunca planeja, apenas vive. Certo dia, indagado por Anchordoqui sobre ter uma mulher e um bicho de estimação, ele responde: “Se é só pra ter, melhor não ter.”. Mas, o destino tem planos reservados...

 Um Gaúcho
Montes era prisioneiro das estradas, não conseguia se relacionar com as pessoas afetivamente, nem mesmo com os filhos que foi abandonando a sorte e cuidados das mães.

 Dois velhos
Dois velhos se encontram e começam um diálogo, onde somente o que é pertinente para estranhos é dito.
Llanes convida o velho que acaba de conhecer para tomar um birita, ouve uma recusa. Então, os dois travam um diálogo e Llanes descobre que aquele homem passa a vida esperando por nada. Llanes convida o homem para morar com ele e acabam se tornando amigos.

 “ – Que lindo ser como você!  Llanes impacientou-se.  - Deixe de besteira. Diz isso logo pra mim que não sei ler.”
 
O companheiro
Barrios e o Chileno não sabiam um do passado do outro, realidade que pouco importava para nascer uma relação de companheirismo. Que durou até o dia em que Barrios acordou e viu o Chileno bêbado pela estrada...

 Solidão
Domínguez tinha como única atividade, alimentar o seu velho cavalo. Um dia, precisou decidir entre pegar dinheiro emprestado com um sobrinho e vender o cavalo para servir de comida aos leões de um circo.

  Esses foram alguns contos, que apreciei bastante, por sinal. A leitura flui tão bem, que quando percebi, estava envolta em toda simbologia de cada conto.







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