Título: Mulheres que não sabem chorar
Autor: Lilian Farias
Editora: Giz Editorial
Ano: 2016
Páginas: 210
Sinopse: A vida de Marisa é regida pelo controle. Seja à frente do seu trabalho ou da vida dos filhos, ela é racional, mantendo-se sempre fria, um ser à parte das banalidades, cuja única preocupação é ser um exemplo. Olga é sua antítese. Sentimentos à flor da pele, dor flagelando a carne, pensamentos embaçados pelo esquecimento proporcionado pelo álcool. Sozinha, preocupa-se em apenas ser, em um mundo cercado por fatos que não reconhece mais como seus. Enquanto isso, Ana e Verônica esbarram com o acaso. Duas senhoras solitárias, vizinhas e antagônicas. Será que um dia alguém acharia que poderiam viver em paz? Mais ainda, será que poderiam se apaixonar? Duas jovens livres e independentes. O que as impede de ficar juntas? Mulheres que não sabem chorar é mais que uma história de amor entre iguais. Junto a estas personagens tão humanas, o leitor vê-se despido dos preconceitos, pudores e medos. Ora crua, ora poética, a trama nos obriga a enfrentar o espelho e se ver como nunca imaginou antes. Pois ao mergulhar neste romance, o que fará você pensar não é a forma como vê o amor, mas sim a forma com que ele se volta em sua direção. Esteja preparado.
Tudo na vida tem seu tempo.
Recebi o livro de parceria com a Lilian ano passado e iniciei a leitura da
mesma forma que iniciei O Céu é logo ali, mas não consegui entrar na história
como deveria, esse ano tive meus momentos e ao som de boas músicas me vi perdida
numa história cheia de filosofias, dramas e reviravoltas..
Marisa e Olga são mulheres adultas, com suas vidas já guiadas pela
experiencia, que acabam tendo uma ligação de amor e desejo após uma fatídica e
traumatizante noite. Antes desta noite que as uniu ambas eram simplesmente duas
vizinhas, eternas estranhas que apenas se viam para brigar e até o mais torpe
dos motivos causava um incêndio entre as duas que brigavam e esbravejavam, uma
quase rotina que todos da rua conheciam bem.
Marisa é uma mulher forte,
dona de si e apaixonada por seu próprio poder sempre foi decidida no que queria
e não se enrubescia ao usar de sua sensualidade e perspicácia pra conseguir. Olga viveu por anos em seu eterno vai e
vem, dominada pelo álcool, um vício ao qual sucumbia cada vez mais, perdeu
todos que amava para o vício e se acomodou as dores que o mesmo trazia. Entre a
fragilidade e os desejos que vão além da sexualidade, duas almas calejadas pela
vida se encontram e desse encontro ocorre um amor difícil de lidar.
É complicado ler sobre duas mulheres opostas que são componentes
importantes da sociedade e sofrem com as dores do mundo. O livro leva o leitor
a muitos sentimentos – eu mesma me senti empolgada por ligar vários pontos soltos
da trama mas sofri logo a frente quando dei de cara com as consequências dessas
ligações. Lilian escreve com maestria sobre mulheres que sentem a violência, o
amor, o sofrimento, as cicatrizes e as paixões. Infelizmente o livro não é o
que posso classificar de leitura fácil, a temática pesa e dói aos ombros do
leitor, até mesmo os acostumados (se é que se acostuma com essas coisas) acabam
se incomodando e sofrendo com o peso carregado pelos personagens, mas a leitura
é de um prazer enorme, um êxtase de personagens reais, de mulheres reais que
poderiam ser você ou eu..
E assim como em nossas vidas, tudo tem seu lado bom e ruim, e apesar de todo sofrimento a calmaria sempre volta, e isso não podia deixar de acontecer também na obra, já que precisamos daquela fagulha de esperança pra seguir em frente. A fagulha da história é a mulher que de certo modo se interligava a Olga e Marisa. Ana é essa mulher, aquela que também sofreu e por muito tempo se deixou levar por essa dor e trauma, mas que se deu uma chance de recomeçar, de se renovar e se encontrar não só pelo amor de sua companheira mas também no perdão a si mesma.
E assim como em nossas vidas, tudo tem seu lado bom e ruim, e apesar de todo sofrimento a calmaria sempre volta, e isso não podia deixar de acontecer também na obra, já que precisamos daquela fagulha de esperança pra seguir em frente. A fagulha da história é a mulher que de certo modo se interligava a Olga e Marisa. Ana é essa mulher, aquela que também sofreu e por muito tempo se deixou levar por essa dor e trauma, mas que se deu uma chance de recomeçar, de se renovar e se encontrar não só pelo amor de sua companheira mas também no perdão a si mesma.
“ – No que está pensando agora?
– No vazio – as lagrimas escorriam teimosas.
– O que é esse vazio?
– É dor. É ácido que corrói. É ferida que não sara. É o mal da humanidade derme. É muita dor.”
Nota:
Eita, estou por aqui, muito obrigada pela resenha, o que mais gostei, além das palavras, foi o trecho destacado
ResponderExcluirEu que agradeço Lilie <3
ExcluirOiiie flor!
ResponderExcluirNossa! O livro parece bem intenso! Vou guardar a dica e assim que tiver a oportunidade dou uma chance. Amei a capa!
Beijos!
Merci, espero que dê mesmo essa chance o livro é incrivel.
ExcluirOi, tudo bom?
ResponderExcluirJá tem um tempinho que quero ler algo dessa autora, inclusive adoro acompanhar o blog dela e suas outras escritas. Ah, e este livro parece ter um tom bastante reflexivo, gostei bastante da capa dele e a premissa é super bacana! Espero ler logo, logo! As suas fotos ficaram lindas demais, sério! :o E adorei essa citação no final!
Beijos,
Lu - @justificou
A escrita da Lilian é maravilhosa!
ExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirPelo que percebi da sua resenha, este livro proporciona uma leitura intensa, repleta de reflexões e com personagens interessantes.
No entanto, mesmo sua avaliação tendo sido positiva, não senti vontade de ler o livro. Talvez seja só uma questão de momento, por isso vou deixar sua dica anotada. Vai que mais para frente eu mudo de ideia, né?
De qualquer forma, adorei sua resenha e a forma como você apresentou o livro.
Beijos!
Um pena você não ter se empolgado mas é assim mesmo, as vezes não sentimentos ''aquele sentimento''.
ExcluirOlá, como está?
ResponderExcluirGostei do que o livro aborda, e na visibilidade do amor de duas mulheres, a visibilidade LGBTT na literatura é simplesmente maravilhoso. Adorei a recomendação!
Beijos.
Meu Livro Fantástico | Facebook
Precisamos de mais representatividade na literatura LGBT e a autora fez isso lindamente.
ExcluirOooi Paac, eu já ouvi falar do livro sua resenha só me deu mais vontade ahhaah principalmente por ser escritora Nacional. Gostei muito da recomendação!
ResponderExcluirbeijos
Todo mundo que lê se apaixona pela escrita de Lilian, ainda não tive a oportunidade de ler, mas tenho muita curiosidade. A premissa da obra é incrível!
ResponderExcluirOi, Paac. Tudo bem?
ResponderExcluirEu li esse livro no mês passado e me apaixonei também. A escrita da Lilian é linda e o livro me tocou de uma forma que até chorei, além disso o livro físico é maravilhoso! Beijos <3