Título: Resistência
Autora: Affinity Konar
Ano: 2017
Editora: Fabrica 231/ Rocco
Páginas: 320
Sinopse: Auschwitz, 1944. As gêmeas Pearl e Stasha têm 12 anos quando desembarcam no campo de concentração nazista na Polônia. à medida que conhecem o horror e têm suas identidades fraturadas pela dor e sofrimento, tentam confortar uma à outra e criam códigos e jogos para se proteger e recuperar parte da infância deixada para trás. Mas quando Pearl desaparece sem deixar pistas, Stasha se recusa a acreditar que a irmã esteja morta e embarca numa jornada desesperada em busca de justiça, paz e de si mesma. Livro notável pelo The New York Times; Livro do Ano pela Amazon e pela Publishers Weekly; indicação de leitura dos principais veículos de imprensa norte-americanos, Resistência narra, com uma voz poderosa e única, a trajetória de duas irmãs lutando pela sobrevivência em um dos períodos mais devastadores da história contemporânea e mostra que há beleza e esperança até diante do caos.
É difícil falar de um livro que
toca a gente de um jeito tão avassalador como esse livro me tocou, o livro
deixa um misto de emoções a cada página passada, e vai deixando um rastro de
dor, sofrimento e sobrevivência não só pelas histórias que ali são narradas, mas
também pelas vidas perdidas. Com toda certeza é uma das melhores leituras que
já fiz na vida!
Stasha e Pearl são duas irmãs gêmeas bem diferentes em suas personalidades,
judias, nascidas e criadas por seus pais nunca tiveram contato com o sofrimento
até que a segunda guerra começasse, a partir daí suas vidas mudaram e agora
estão dentro de um trem escuro e fedido indo em rumo ao desconhecido, até que o
trem para e um médico chamado Mengele
entra e se mostra interessado nas gêmeas, a mãe delas acredita que dando as
filhas ao homem irá salva-las de uma morte terrível e momentos sofridos, mas na
realidade ela entrega as filhas a um ser humano cruel, que usa crianças como
cobaias para seus experimentos.
Stasha é uma personagem que
fantasia tudo, uma personagem que sua inocência contagia e nos faz crer em
vários momentos que realmente é como ela descreve, que é da forma que ela
acredita, que tudo não passa de um experimento de imortalidade que em breve vai
acabar porque ela vai se vingar de todos aqueles que machucam sua irmã e todos
os outros do campo de concentração, em seu acordo com Pearl ela fica responsável pela diversão, pelo
futuro e pelo mal, mas em toda sua trajetória na obra o que vemos é uma criança
que se deixa levar pela inocência e cria dentro de si um mundo além daquela
dor. Pearl é mais realista,
responsável pelo presente, a tristeza e a bondade é quem se mantém em total
sanidade e sofre por dois. Diferente da irmã ela não consegue se livrar daquele
sofrimento nem mesmo em seus sonhos, e a essa realidade inescapável a torna
mais madura, o que é uma pena se levarmos em conta a idade de ambas. Mengele é um homem tomado por seu ideal
de poder e mania de grandeza, toda pessoa diferente é uma cobaia em potencial e
sua crueldade é sem medidas.
A leitura é dolorosa e pesada, e os capítulos de Stasha são a leveza da
história, que é narrada em 1º pessoa intercalando entre uma e outra, demorei um
pouco pra compreender que o imaginário mais aflorado de Stasha era sua maneira
de viver e sobreviver aquele lugar, sua maneira diferente de lidar e observar
tudo ao redor torna a narrativa menos cansativa e mais aturável, se é que podemos
dizer que uma situação dessas um dia vai ser ‘’aturável’’. Apesar da temática
ser sobre o holocausto o livro mostra muito da relação das irmãs, de como mesmo
em suas diferenças elas se amavam e tentavam se proteger. É triste saber que o
livro é baseado numa história real, até então eu não sabia que pessoas tidas
como ‘’diferentes’’ eram obrigadas a aturar esse tipo de tortura, é
inacreditável acreditar que um ser humano pode usar o outro como um objeto de
teste apenas porque acredita ter determinado poder.
“Eu queria argumentar que as vezes os seres vivos, nós, os humanos que supostamente ainda estávamos vivos, precisávamos nos considerar objetos para sobreviver, que tínhamos de nos esconder e procurar o concerto só quando fosse seguro procurar.”
Resistencia é um livro cujo o título descreve exatamente o que os personagens são, é a palavra-chave pra tudo
que eles passaram e viveram naquela época. É um livro sobre sobrevivência,
sobre companheirismo, amor, lealdade e o mais importante, é sobre um período
obscuro que não devemos esquecer nunca, um período que deve ser contando as
crianças e ensinado a todas as gerações, para que no futuro não cometamos esse
massacre novamente.
Nota:
Olá,
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda, mas se trata sobre a segunda guerra com certeza já foi para a lista de desejados. Gosto muito de obras que se passem em tal período da história e pela sua resenha pude perceber que o enredo nos envolve com diversas emoções e nos faz ver o sofrimento que foi esse período obscuro pelo ponto de vista de duas irmãs, que são gêmeas mas com personalidades totalmente distintas e passam por isso de maneiras diferentes.
LEITURA DESCONTROLADA
Você falou muito desse livro durante a leitura, de modo que me arrependi de não ter solicitado, parece muito forte, intenso. Certamente iria ficar na bad durante e após a leitura.
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