Título: Vulgo Grace
Autor: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Ano: 496
Páginas: 2014
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Sinopse: Depois de O conto da aia, que deu origem à prestigiada série The handmaid’s tale e alcançou o status de bestseller mais de 30 anos após a publicação original, outro romance de Margaret Atwood vai ganhar as telas, desta vez pela Netflix, e volta às prateleiras com nova capa pela Rocco. Inspirado num caso real, Vulgo Grace conta a trajetória de Grace Marks, uma criada condenada à prisão perpétua por ter ajudado a assassinar o patrão e a governanta da casa onde trabalhava, na Toronto do século XIX. Com uma narrativa repleta de sutilezas que revelam um pouco da personalidade e do passado da personagem, estimulando o leitor a formar sua própria opinião sobre ela, Atwood guarda as respostas definitivas para o fim. Afinal, o que teria levado Grace Marks a cometer o crime? Ou será que ela estaria sendo vitima de uma injustiça?
Ser mulher sempre foi um pouco
mais difícil e mais perigoso, ser mulher numa época em que nossa existência mal
é notada é ainda pior, mas como é ser uma mulher rotulada de louca e assassina nesse
mesmo contexto de quase inexistência?
Grace
Marks é uma mulher de família humilde acusada de ter cometido o assassinato
de duas pessoas em parceria com James
McDermott, ambos são acusados pelo assassinato de Thomas Kinnear seu patrão, e Nancy
Montgomery, a governanta. Sentenciados a morte ambos esperavam pelo
enforcamento, mas Grace alegava não ter memórias do que houve e sua sentença
foi reduzida apenas a prisão. Mas como uma mulher de tão boa aparência,
pode ter cometido tal atrocidade? Talvez seja influência de James? Talvez
exista algo físico que a torne assim? As respostas para essas questões é o que
motiva o jovem Psiquiatra Dr. Jordan a começar uma série de estudos sobre essa
tão instigante mulher.
Atwood tem um dom lindo de ser
critica do modo mais sutil possível, mas também ser um pouco inalcançável em
sua escrita. Nessa obra não senti a dificuldade de compreensão que tive em O
Conto da Aia, mas ainda apanhei para o seu modo de passar a história. Grace é uma personagem complicada,
sabemos muito de sua vida, mas pouco sobre o que há dentro dela, mesmo o livro
sendo narrado em primeira pessoa, do ponto de vista da própria Grace, eu senti
que não podia compreende-la já que não podia conhece-la. Mas é quase impossível não simpatizar com uma mulher tão lúcida e
de vida tão difícil que vai envolvendo o leitor com sua história, e ainda mais
impossível não se compadecer dela ao ler
sobre o sistema opressor em que ela foi colocada e as condições sub-humanas que
sobrevivia.
É incrível o quanto a autora
consegue entrelaçar as temáticas e o quanto podemos aproveitar da obra,
como o clima daquela época é bem colocado e o quanto a sociedade patriarcal
e violenta influenciavam de forma tão bruta a vida das mulheres, e Atwood soube colocar tudo isso sem desfazer a realidade da história, sem
encher de melodramas para atrair leitores. Uma
leitura prazerosa, mas difícil, um desafio para quem – assim como eu, não tem
costume com essa forma de escrita.
Vulgo Grace é uma obra diferente,
cheia de referências e críticas acaba sendo uma espécie de ficção informativa, num
estilo que me lembra um pouco Vigiar e Punir. Não
há respostas concretas para o que Grace foi ou poderia ser, há apenas uma
mulher contando sua história e uma autora trazendo-a ao grande público.
Nota:
Hey, Paac!
ResponderExcluirEu acabei de ler esse livro (literalmente, 2 horas atrás..rsrs) e gostei, mas achei apenas um livro ok. Pensei exatamente como você: achei impossível compreender Grace, já que só sabemos dela o que ela nos deixa saber. Estou vendo a série agora e até simpatizando um pouco mais com a história.
Logo escreverei minha resenha.
Beijos!
Oi tudo bem?
ResponderExcluirCaraca parece ser um livro e tanto mas confesso que não me chamou tanto a atenção por não ter como saber o que se passa de fato na cabeça da protagonista e eu adoro isso em livros!
Beijos
Olá!!!
ResponderExcluirNão estou muito acostumada com esse gênero e nem com um conteúdo tão forte, preciso sair da minha zona de conforto.
A resenha ficou ótima, esse livro tem uma premissa super original!!!
Bjs
http://blog-myselfhere.blogspot.com.br/
Pelo feeling da tua resenha (ainda não li o livro) e pela vibe da série (que tô começando a ver), me lembra muito das mulheres acusadas de bruxaria, queimadas vivas sem direito a julgamento, a defesa nem nada. É como se Grace fosse enfim a voz que tava aguardando por falar há tanto tempo e que a Margaret Atwood conseguiu incorporar todo esse discurso. Preciso urgentemente arranjar Vulgo Grace e O Conto da Aia pra ler!
ResponderExcluirOlá, ótima resenha! Pela sua e pelas outras que já li, tenho vontade de ler esse livro. Parece interessante essa crítica à realidade que oprime as mulheres presente na obra.
ResponderExcluirNão li o livro, mas assisti a série da Netflix e gostei demais da temática. Também tive alguns problemas com a escrita da Margaret Atwood, estou meio empacada com O Conto da Aia, mas mesmo assim, admiro demais toda a crítica que a autora desenvolve.
ResponderExcluirBeijos
Mari
Pequenos Retalhos
Ooi! Eu amei O Conto da Aia, assim como a série. Estava em duvida se assistia Vulgo Grace antes de ler o livro e com sua resenha eu fiquei mais em duvida ainda, porque agora eu quero muuuito ler e conhecer essa personagem por ela mesma e não por uma adaptação. Acho que vou adorar essa história e provavelmente estou indo pro caminho de virar fã da Margareth.
ResponderExcluirVenha para o fã clube de Atwood kkk
ExcluirOlá, tudo bem Paac?
ResponderExcluirEu achei essas suas fotos lindas, está de parabéns. Vulgo Grace é um livro que quero ler tem algum tempo, me desperta curiosidade, assim como os livros da Margaret Atwood em geral. Gostei da sua resenha, fico feliz que apesar da dificuldade da leitura você tenha gostado. Dica anotada!
Bjs
Obrigada <3
ExcluirEssa mulher é uma coisa muito maravilhosa mesmo, viu? Eu ainda não li os livros mas as séries já me destruíram por dentro.
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
atwood é uma deusa <3 kkk
ExcluirOie
ResponderExcluiruau que bom que a leitura te agradou tanto, parece ser muito interessante e diferente do que costumo ler mas as vezes sair da zona de conforto pode nos trazer beneficios e com certeza arriscaria com esse depois de tantos elogios
beijos
http://www.prismaliterario.com.br/
realmente sair da zona de conforto no leva a leituras inesperadas.
ExcluirOlá,
ResponderExcluirAinda não li nada da autora, e creio que a escrita dela deve ser bem densa mesmo. Não estou muito acostumada a ler o gênero, mas gosto da ideia de Grace ser uma personagem tão complicada, isso deixa as coisas mais interessantes.
Debyh
Eu Insisto
Você leu vigiar e Punir? <3 visivelmente é uma obra que é referência para autora, pois encontramos muitos elementos, estou terminando a série e gostando
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