Título: 1984
Autor: George Orwell
Páginas: 414
Ano: 2009
Editora: Companhia das letras
Skoob: Adicione
Sinopse: Clássico romance distópico do autor britânico George Orwell. Terminado de escrever no ano de 1948 e publicado em 8 de Junho de 1949, retrata o cotidiano de um regime político totalitário de modelo comunista. No livro, Orwell mostra como uma sociedade oligárquica é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela.
O romance tornou-se famoso por seu retrato da difusa fiscalização e controle de um regime coletivista-socialista na vida dos cidadãos, além da crescente invasão sobre os direitos do indivíduo. Desde sua publicação, muitos de seus termos e conceitos, como "Big Brother", "duplipensar" e "Novilíngua" entraram no vernáculo popular. O termo "Orwelliano" surgiu para se referir a qualquer reminiscência do regime ficcional do livro. O romance é geralmente considerado como a magnum opus de Orwell.
De facto, 1984 é uma metáfora sobre o poder e atuação dos regimes comunistas, Orwell o escreveu animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e às gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o estalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração: percebe-se facilmente que o Grande Irmão não é senão Stalin e que o arqui-inimigo Goldstein não é senão Trotsky.
Explicando que seu objetivo básico com a obra era imaginar as consequências de um governo stalinista dominante na sociedade britânica, Orwell disse: "1984 foi baseado principalmente no comunismo, porque essa é a forma dominante de totalitarismo. Eu tentei principalmente imaginar o que o comunismo seria se estivesse firmemente enraizado nos países que falam Inglês, como seria se ele não fosse uma mera extensão do Ministério das Relações Exteriores da Rússia."
Bom,
como eu já disse quando resenhei Planeta
dos Macacos (puta livro, por
sinal), é muito difícil resenhar obras clássicas. Uma palavrinha fora de lugar pode destruir completamente o interesse de
quem esteja lendo a resenha e até mesmo me transformar em um alvo enorme para
as críticas de quem conhece e admira a obra. Mas vou me arriscar.
1984
é uma distopia narrada no superestado Oceania, mais precisamente na província
“Pista de Pouso 1” (antes conhecida como Londres).
Nessa realidade futurística (o livro foi
escrito em 1949, o que por sinal não tira sua atualidade), não há aquilo
que conhecemos como liberdade. Todas
as pessoas vivem, pensam e agem em pró do Partido, que é governado pelo Grande
Irmão. Ele os vigia a todo momento (Big
Brother, sacou? Hahaha), seja através de teletelas, que são uma espécie de
televisão que fica nas casas das pessoas, mas nesse caso, é o Partido quem as
assiste constantemente, seja pela Polícia das ideias ou até mesmo pelos
próprios membros do Partido. A vigia é
constante!
Esse controle não é apenas
comportamental, mas também afetivo/emocional. As pessoas devem amar o Grande Irmão, e o amor delas deve ser exclusivo para
ele,
sendo as relações afetivas entre as pessoas muito pouco incentivadas, e quando
há casamentos ou relacionamentos, devem ser direcionados para a procriação, o
que fica muito bem ilustrado quando, no momento em que uma pessoa (não direi quem é para evitar spoilers) está fazendo
sexo, ela diz “vamos fazer nosso dever para com o Partido”. Sim, é sinistro!
Nesse contexto, o livro conta a
história de Winston Smith, um membro do Partido que, diferentemente dos outros,
vê o quão absurdo é essa situação. Ele não ama o Grande
Irmão, ele não quer viver pelo Partido e se sente indignado, entre várias
outras coisas, por ter uma teletela em sua sala que o observa a todo momento.
Na verdade, em quase todo momento, pois em sua sala há um canto onde a visão da
teletela não o alcança, e é nesse canto que Winston começa a escrever um
diário. Mas, Winston se questiona, para que? Seria um diário para a
posteridade? Um diário para si mesmo? O
importante é que Winston agora pode escrever toda sua raiva para com o partido
e seu desejo de que haja uma revolução, de que exista um grupo que não seja a
favor do partido, de que haja uma maneira de acabar com aquilo tudo.
Gostaria
de parar nesse ponto a minha narrativa da história, pois acredito que se eu
continuar contando a história, eu posso estragar as surpresas que vocês com
certeza terão lendo esse livro. É uma
história cheia de tramas, reviravoltas, monólogos sensacionais, um final
simplesmente de tirar o fôlego e até mesmo romance! É importante ressaltar também o talento de Orwell como escritor,
pois muitas pessoas se atêm à importância histórica (que é gigante e deve sim
ser ressaltada) e se esquecem de como esse livro é bem escrito e gostoso de
ler. Orwell nos prende com sua narrativa
que é descritiva, mas, ao mesmo tempo, atrativa.
A
leitura que esse livro faz do Socialismo Soviético (e não apenas do socialismo,
mas de qualquer sistema totalitário) é coisa de outro mundo! O impacto
cultural também é gigante. Você sabia que o polêmico programa de de TV Big
Brother foi inspirado nesse livro? Pois é, uma casa vigiada 24 horas por dia
pelo Grande Irmão... bem sugestivo, né?
Depois
da descoberta de que os Estados Unidos estavam acessando contas bancárias, computadores
e até as webcams dos notebooks das pessoas (bem semelhante às teletelas, não?)
1984 continua se mostrando uma obra bastante atual.
Por fim, não se esqueça... BIG BROTHER IS WATCHING YOU!
Nota:
Oiii tudo bem?
ResponderExcluirQue demais essa dica menino, lembro-me que meu professor pediu para que a gente lesse e foi uma leitura e tanto! Sua resenha ficou ótima e adorei saber a sua avaliação referente a obra.
Abraços
Oi.
ResponderExcluirTudo bom?
É a primeira resenha que leio desse livro que me faz ter vontade de ler.
Achei a trama bem interessante e envolvente.
Bela resenha.
Beijos
Oi, Zon. Tudo bem?
ResponderExcluirEu demorei pra decidir ler esse livro, mas quando li, se tornou um dos melhores livros da minha vida. Me fez pensar em inúmeras coisas e eu fiquei apavorada com as reflexões que essa obra me trouxe. Ainda mais quando eu soube que o autor era comunista. Posso conversar sobre essa obra por horas.
Beijos <3
Olá, amei sua resenha, fiquei ainda mais empolgada para ler esse livro que é tão bem comentado e continua atual. Que tenso ser vigiado o tempo todo!
ResponderExcluirpetalasdeliberdade.blogspot.com
Desde de 2012 (quando eu li A Revolução dos Bichos) eu fiquei com muita vontade de ler esse livro, mas até então ainda não tive a oportunidade. A escrita de Orwell realmente é incrível, e a facilidade que ele tem em falar sobre grandes temas é muito boa!
ResponderExcluirAbr
https://blog-myselfhere.blogspot.com/
Eu amo esse livro! É um livro cru que não vem pra entreter, vem pra incomodar mesmo. E vale lembrar que ele ressalta características que podemos ver nos dias de hoje com a Coreia do Norte, que também, desde cedo, faz lavagem cerebral nas pessoas para que elas amem o imperador, para que elas acreditem que ele é um semi-deus.
ResponderExcluirE sim, falta ressaltar o quanto a escrita do Orwell é envolvente.
Um Metro e Meio de Livros
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirApesar de esse ser um clássico muito conhecido, eu não sabia muito sobre seu enredo.
Ler sua resenha instigou minha curiosidade. Deve ser uma leitura um tanto assustadora por todo esse controle do governo, até mesmo das emoções das pessoas. Não tinha ideia de que o Big Brother era inspirado nesse livro, mas confesso que fiquei com ainda mais antipatia do reality show, que sempre achei uma ideia absurda.
Adorei ler sua resenha e descobrir mais sobre este livro. Sem dúvida, ganhou destaque na minha lista de desejados.
Beijos
Oi Zon,
ResponderExcluirAinda não li o livro, mas tenho que corrigir esse erro o mais rápido possível. É uma das primeiras distopias conhecida e sua resenha está muito bem escrita. Parabéns.
Abraços,
André | Garotos Perdidos
Ola
ResponderExcluirEstá ai uma leitura que quero faz tempo mas que estou tomando coragem, sua resenha me ajudou muito a querer mais pois gostei de saber melhor dos assuntos, vou correr atrás de ler e espero gostar tanto quanto você
Beijos