O jardineiro que tinha fé de Clarissa Pinkola


Título: O jardineiro que tinha fé - uma fábula sobre o que não pode morrer nunca
Autor: Clarissa Pinkola Estés
Editora: Rocco
Ano: 1992
Páginas: 92
Skoob: Adicione 


Sinopse: Clarissa Pinkola Estés avisa logo de início: "Este pequeno livro contém diversas histórias. Como bonecas Matriochka, elas se encaixam umas dentro das outras." E segue desfiando seus contos curtos, através de um personagem central, seu querido Tio Zovár. Ele é um velho camponês, sobrevivente dos campos de trabalhos forçados da Europa durante a Segunda Guerra Mundial, que mantém viva a tradição das histórias. Clarissa revive a saga do tio, sua persistência e fé, quando ele decide replantar uma floresta inteira, devastada pela civilização.
A arte de contar histórias entre uns e outros afazeres domésticos, a família reunida à mesa para o ritual, os contos passados por gerações: O jardineiro que tinha fé tem tudo isso e muito mais. O livro é autobiográfico e revela os antepassados de Clarissa através das fábulas.
Quem leu sua primeira obra, Mulheres que correm com os lobos, sabe que a psicanalista junguiana conta histórias e traz surpreendentes interpretações com talento reconhecido. Em O jardineiro que tinha fé – Uma fábula sobre o que não pode morrer nunca, a escritora volta a manipular mitos, contos e lendas, procurando perpetuar a tradição oral que herdou da família adotiva, radicada numa área rural ao norte dos Estados Unidos nos anos 40 e 50. 



   Quando escolhi a obra, foi não somente pela curiosidade, mas esperando uma grande obra, levando em consideração o fato de já conhecer a escrita da autora, e apesar de pequena, a obra encanta e faz refletir.

   Nessa pequena obra, Clarissa conta sobre suas experiências de infância, como uma criança que viveu em uma família devastada pela guerra que se refugiou nos estados unidos, em busca de viver melhor e esquecer (ou tentar) as dores das perdas.

"Das dezenas de parentes refugiados que me criaram, aprendi das entranhas para fora, sobre a alma e a psique – seus ferimentos, seu luto e sua cura final. Como a única criança viva na família naquela época, aprendi não só sobre os aspectos mais sombrios e de maior capacidade de recuperação na vida, mas também sobre a proximidade constante da morte, em uma profundidade e em formas geralmente reservadas aos mais velhos."

   A obra não é somente um ato autobiográfico de uma poeta, é um pedaço das aprendizagens que teve com as pessoas que a acolheram e a chamaram de família, é a aprendizagem de uma criança que ouviu e viveu pela perspectiva de quem sentiu, a dor e o sofrimento de perder não só pessoas amadas mas também um pedaço de si.

    E foi através dessa família que aprendeu a fazer-histórias e conheceu o famoso Tio Zovar, um homem grande, alto e forte, carregava em si não somente a dor, o sofrimento e a perda, mas também o talento para contar histórias, histórias essas que encantavam a pequena Clarissa, e faziam desse tio um espirito livre.

   Demorei pra entender todas as filosofias da obra, mas me senti honrada de ler sobre esse pedaço da história de vida de Clarissa, e ter o prazer de ouvir sobre as histórias do amado tio Zovar.


Nota:









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