Um Banquete para Hitler de V.S. Alexander

Título: Um Banquete para Hitler

Autor: V.S. Alexander

Editora: Gutenberg

Ano: 2018

Páginas: 304

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Sinopse: "Eu, Magda Ritter, conheci Hitler.
Eu era uma das quinze mulheres que provavam sua comida, pois o Fürher era obcecado com a possibilidade de ser envenenado pelos Aliados ou por traidores dentro de seu círculo pessoal.
Ninguém, exceto meu marido, sabe o que eu fiz.
Nunca falei sobre isso. Eu não podia falar… Mas os segredos que guardei por tantos anos precisam ser revelados.
Às vezes, a verdade me oprime e me apavora. É como uma queda sem fim em um poço fundo e escuro. Mas, ao escrever minha história, descobri muito sobre mim mesma e sobre a humanidade. E também sobre a crueldade dos homens que fazem leis para se adequarem aos seus próprios interesses.
Eu conheci Hitler… E minha história precisa ser contada.”
Unindo a história e a ficção, Um Banquete Para Hitler mostra os extremos de privilégio e opressão sob a ditadura do Fürher, expondo os dilemas morais da guerra em uma história emocionante, cheia de atos de extraordinária coragem em busca de segurança, liberdade e, finalmente, vingança.

   Depois de um bom tempo longe de leituras com tons mais ‘’realistas’’ se é que podemos assim chamar, eu finalmente me rendi a essa obra que já nas primeiras páginas me tornou refém da história da Magda.

    Magda Ritter é uma jovem alemã que vivia normalmente sua vida, que mesmo em meio a guerra não teve grandes modificações na sua rotina de vida, já que até então a vida se mantinha normal exceto pelos racionamentos. Entretanto, os ataques de bombas a Berlim começaram a se tornar mais freqüentes, e com receio pela vida das filha, os pais de Magda a enviaram para morar com os tios em Berchtesgaden. Lá Magda começa a lidar com sua tia Reina, que não somente é grande fã de Hitler como pressiona a garota a encontrar um emprego, e é dessa forma que Magda se torna provadora oficial da Corte de Adolf Hitler.

   Ler essa obra foi uma mistura completa de sentimentos, não somente pelo momento político que estamos, mas pela relação de dor, sofrimento e perdas que esse momento da história representa.  Magda é uma personagem que inicialmente demonstrava uma ‘certa’ inocência – que a meu ver poderia soar até como omissão, já que não se preocupava ou buscava compreender as questões por trás da guerra, ou até mesmo de perceber a gravidade de ser uma guerra. Com o decorrer da história vamos percebendo que as situações, ambientes e vivências a tornam mais critica sobre sua realidade e sobre essas pessoas com quem ela convive e cria afeto, ou não.  Reina é uma personagem que pra mim foi muito contraditória, mas que fez sentido pra mim quando refleti sobre suas motivações, ou falta delas. Karl e Eva, são os personagens secundários que dão vida a história e deixam a história menos monopolizada, mas confesso que Eva despertou minha empatia, sua dor e solidão me mostraram uma vertente diferente da obra.

   A obra não é cheia de ações, mas compensa na emoção e sentimentalismo, não é aquela típica obra de ficção histórica que apaixona o leitor e encanta pelas magnitudes da ambientação e dos amores que surgem. É uma obra baseada em pesquisas e na vida real, é uma história que de primeiro momento dói, mas causa também reflexão.

  Um banquete para Hitler me emocionou, me doeu e me fez sair do meu atual adormecimento, e apesar de prender o leitor as suas páginas, a obra não pode ser chamada apenas de boa, ela é mais do que isso, e você precisa ler.

“Por que ninguém matou Hitler antes de ele morrer no bunker? Uma trapaça do destino? Sua estranha habilidade de evitar a morte? Planos de assassinato foram traçados e, entre eles, muitos foram abortados. Apenas um conseguir ferir o Fuhrer. Aquela tentativa só reforçou sua crença na divina providência – seu direito sagrado de governar como achava oportuno.”

Nota: