Olhos Vazios, por Charlie Donlea

      Quando eu descobri o motivo do título do livro e como ele se relaciona com a obra eu tive a certeza de que seria mais uma obra de Donlea que me deixaria envolvida e instigada… e não me enganei.

     15 de Janeiro de 2013, a data que determinou o fim da adolescência de Alex Armostrong, o dia que seus pais e seu irmão foram assassinados brutalmente dentro de casa, e ela em pleno estado de pânico foi acusada do crime. Depois de um tempo presa ela finalmente tem a chance de obter justiça com ajuda do advogado Garrett Lancaster e da policial Donna Koppel, que foi a primeira a chegar ao local do crime. Agora anos após o crime, o trauma e o descaso da justiça ela tem acesso e possibilidade de investigar o ocorrido em 2013 e para sua surpresa um crime atual está ligado ao seu passado..

       Alex é uma personagem que acompanhamos em algumas fases e momentos de sua vida, desde o seu trauma no fim da adolescência, o crescimento e mudança de identidade e no futuro uma investigadora. Toda sua vivência resumida ao seu ‘'olhar vazio’' após o trauma do assassinato dos pais e do irmão é no minimo dolorosa quando se percebe todo o contexto e por isso inicie assim minha resenha. Alex é uma personagem sem pontas soltas, e que podemos definir como resiliente.

      Gosto muito de como Donlea tem o cuidado de em toda sua ambientação inserir e abordar de forma excelente algumas temáticas importantes que por vezes passam despercebidas, como aqui o caso da mudança de identidade como proteção não somente contra o jornalismo sensacionalista mas também a romantização de casos de assassinato por meios digitais; bem como as relações de poder podem influenciar no manejo da justiça, ambos temas criveis e que são pontos importantes da vida da personagem Alex.

    Olhos Vazios é uma obra que traz mistérios, conexões entre o poder, violência e descaso e que escrito por Donlea não poderíamos esperar menos do que tivemos.