Epifania no papel
Tua maior virtude era escrever.
Amava sentir as palavras
Invadindo o âmago que poucos conheciam.
Além da paixão e do prazer, era eterna.
Sonhadora, exalava cultura.
Tua alma era pura, de natureza invejada.
Nunca se encontrou calada.
Aquele que se cala, perde sua essência.
Aceitando apenas o que lhe é oferecido.
Queria opinião própria, voz e respeito.
Intensa como aquarela.
Os que tentaram oprimir sua liberdade
Já não falavam mais por ela.
Era acima de tudo, amor.
E no final, encontrou o seu valor.
Como mulher negra e escritora.
Acarretava uma história mil vezes reescrita.
Em busca de direção.
Não queria ser tudo, mas sair do nada era um começo.
Demorou.
Não cansava de esperar.
Para alguns, parada no tempo.
Mas sabia que o processo era doloroso, lento.
O mundo já não era mais o mesmo
E foi acreditando que continuou sua jornada.
Vai passar. Isso tudo vai passar.
O papel sempre em branco, registra hoje sua epifania.
O motivo pelo qual chegou até aqui.
Mulheres, sejam fortes. Sejam luz e amor.
(Texto selecionado para o Projeto Leitura Feminista, iniciado 2020, em parceria com o blog Barda Literária que este ano, no mês de março, apoiará poetisas)
Aquele poema delicinha de ler
ResponderExcluirsim, muito gostosinho.
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